Eduardo Fernandez; Marta Moraes. 2019. Pouteria atlantica (Sapotaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Espécie endêmica do Brasil (Alves-Araújo et al., 2019), com ocorrência nos estados: BAHIA, município Una (Ferraço 56).
Árvore de até 10 m, endêmica do Brasil (Alves-Araújo et al., 2019) foi documentada exclusivamente na Mata Higrófila Sul-Bainaa (Floresta Ombrófila) associada à Mata Atlântica, no estado da Bahia, município de Una. Apresenta distribuição muito restrita, EOO=8 km², AOO=8 km², uma situação de ameaça, considerando-se sua presença restrita a Reserva Biológica de Una, e presença em fitofisionomia florestal severamente fragmentada. Grande parte das florestas do sul da Bahia estão fragmentadas como resultado de atividades humanas realizadas no passado, tais como o corte madeireiro e implementação da agricultura (Paciência e Prado, 2004). As florestas dessa região têm sido ameaçadas pelo desmatamento, em consequência dos plantios de coco, manejo da cabruca, seringais, dendê, piaçava, agropecuária e pelo aumento da atividade turística e especulação imobiliária (Alger e Caldas,1996; Paciência e Prado, 2004; Pardini, 2004; Rolim e Chiarello, 2004). Restam atualmente na Bahia 11,1% da Mata Atlântica original (SOS Mata Atlântica e INPE, 2019; ICMBio, 2018). Grande parte do montante dessa área está fragmentado e submetido a intensa pressão antrópica a partir da retirada de madeira e desmatamento generalizado para a implementação das atividades agropecuárias (Araújo e Paiva, 2016; ICMbio, 2018; Paciência e Prado, 2004), promovendo efeito de borda severo em fragmentos e áreas contínuas de mata (Paciência e Prado, 2004) que implicam na redução da qualidade do habitat da espécie. A Reserva Biológica de Una está inserida num mosaico ambiental onde fragmentos florestais de diversos tamanhos onde podem ser encontradas pastagens de gado, fragmentos de floresta, seringais, piaçava e plantações de cacau (Alves, 2005). As floresta nativas do município foram reduzidas em quase 60% da extensão originalmente ocupada (SOS Mata Atlântica e INPE, 2019). Diante desse cenário de intensas pressões antrópicas, portanto, a espécie foi considerada Criticamente em Perigo (CR) de extinção neste momento. Embora a taxa de desmatamento tenha diminuído nos últimos anos, ainda está em andamento, e a qualidade e extensão de áreas florestais em ambos os estados encontram-se em declínio contínuo há pelo menos 30 anos (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018). Assim, infere-se declínio contínuo em extensão e qualidade de habitat. Recomenda-se ações de pesquisa (distribuição, busca por novas localidades, censo e tendências populacionais) e conservação (Plano de Ação) urgentes, a fim de se garantir sua perpetuação na natureza, pois as pressões verificadas ao longo de sua distribuição podem ampliar seu risco de a extinção no futuro. É crescente a demanda para que se concretize o estabelecimento de um Plano de Ação Nacional (PAN), previsto para sua região de ocorrência.
Descrita em: Systematic Botany 36(4): 1004–1006, fig. 1A–H, fig. 2. 2011.
Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 2 Agriculture & aquaculture | habitat | past,present | local | very high |
A Reserva Biológica de Una está inserida num mosaico ambiental onde fragmentos florestais de diversos tamanhos (de 100 a maisde 800 ha) estão imersos numa matriz complexa onde podem ser encontradas pastagens de gado,fragmentos de floresta, seringais, piaçava e plantações de cacau (Alves, 2005) | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 2.1 Annual & perennial non-timber crops | habitat | past,present | local | very high |
Grande parte das florestas úmidas do sul da Bahia estão fragmentadas como resultado da atividade humana realizadas no passado, tais como o corte madeireiro e implementação da agricultura (Paciencia; Prado, 2005). Estima-se que a região tenha 30.000ha de cobertura florestal (Paciência; Prado, 2005), 40.000ha em estágio inicial de regeneração e 200.000ha em área de pasto e outras culturas, especialmente cacau (Theobroma cacao L.), seringa (Hevea brasiliensis Muell. Arg.), piaçava (Attalea funifera Mart.) e dendê (Elaeis guianeensis Jacq.) (Alger; Caldas, 1996). Especificamente em Una, 27% da cobertura florestal é ocupada por pasto, 15% de floresta em estágio inicial de regeneração, 6% de plantação de cacau e 2 de plantação de seringa (Pardini, 2004). A maioria das propriedades particulares são fazendas de cacau, o principal produto da agricultura (Paciência; Prado, 2005). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 2.3 Livestock farming & ranching | habitat | past,present | local | medium |
O município de Una com 122171 ha tem 8,1% de seu território (10194 ha) transformados em pastagem (Lapig, 2018). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 5.3 Logging & wood harvesting | habitat,mature individuals | past,present | local | high |
O município de Una com 117174 ha possui 44914 ha que representam 38% da Mata Atlântica original do município (SOS Mata Atlântica/INPE - Aqui tem Mata, 2019) | |||||
Referências:
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Ação | Situação |
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1.1 Site/area protection | on going |
A espécie foi coletada em RESERVA BIOLÓGICA DE UNA (PI) |
Ação | Situação |
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5 Law & policy | needed |
A espécie ocorre em um território que será contemplado por Plano de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF pró-espécies: todos contra a extinção: Território Itororó - 35 (BA). |
Uso | Proveniência | Recurso |
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17. Unknown | ||
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais. |